dogma do mesmo/oposto

Acho um tremendo desperdício quando as pessoas se auto limitam. Quando criam uma idéia pré-concebida tão forte sobre algo que não as deixa experimentar, as vezes, essa idéia nem as deixa pensar e refletir sobre algo que não esteja ao seu imediato alcance ou entendimento. O quebra-cabeça que perdura na mente acaba sendo esquecido com a justificação do desconhecimento, ou seja, a ignorância induzida. E isso se estende à todos; criamos em diversas ocasiões essas opiniões não mutáveis sobre algo, independente do nosso nível de intelectualidade ou qualquer outra coisa. Alguns, claro, criam mais pré-concepções do que outros. Temos medo do que nos é desconhecido, e o que nos é desconhecido pode levar ao preconceito. E preconceito é medo do desconhecido, simple as that.
A sexualidade humana é um desses quebra-cabeças que perdura pela nossa existência. Alguns deixam sua sexualidade ser oprimida pelo convencional e prático, que já estava predestinado para acontecer - casar-se com alguém do sexo oposto, tendo três parceiros sexuais (também do sexo oposto) no máximo ao longo da vida, deixar esse legado conservador para os filhos. Alguns acabam se identificando como homossexuais, firmando relações com pessoas do mesmo sexo e exclusivamente do mesmo sexo, alguns chegam até a levantar bandeiras de orgulho, exclamando pela rua sua orientação sexual, o que não há nenhum problema. Mas, de novo, leva a limitação. Não acredito em exclusividade; acho que a sexualidade e a atração em si - não só sexual - está envolta em um dogma que está se convertendo do relacionamento homem-mulher para o homem-mulher mais casais do mesmo sexo. E ponto final. Ou seja; ou você é heterossexual, ou você é homossexual. E alguns incorporam esses rótulos com efêmera excitação. É um inexorável fato que você, se identificando (ou não) como hetero ou homo, irá sentir atração pelos dois sexos. Porque não é uma questão de ser homem ou mulher. É uma questão de sentir atração. É absolutamente real também que existem tendências e tal indivíduo pode se sentir mais atraído por tal sexo, mas, não se deixe cair na armadilha do rótulo. E esses rótulos não vem apenas da nossa cultura consumista, e sim de todo um desejo humano de se sentir parte de algo; traz satisfação dizer que se é algo, de facto, quando ser esse "algo" traz toda uma implicação social.
Acredito que a tendência à se sentir atraído por um sexo é uma característica pessoal, não o resultado do ambiente em que a pessoa viveu ou qualquer outra bobagem do gênero. É como ter olhos castanhos ou azuis; você os tem e pronto. É claro que ao longo dos anos eles podem mudar um pouco de tonalidade, mas totalmente eles nunca irão se alterar.

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