acidez platônica

Que coisa toda é essa? Que sensação insuportável, inodora e imaleável. A parte boa do sentimento se anula com a falta de perspectiva do mesmo, e a parte ruim é atenuada com o fim do semestre e o acúmulo de provas, trabalhos e irritações que ele trás junto. Tudo piora quando suas principais amizades se diluem (em falta de convivência ou em excesso da mesma) e seu potencial social cai por terra. Como um inescapável efeito dominó, tudo começa a parecer chato e tedioso, as paisagens vão corando no monocromático e seu pricipal alento passa a ser a bolha que envolve sua personalidade agora instável. Seu quarto vira prisão de solidão, seus hábitos se voltam para se afundar em ninguém além de si mesmo, e seu espírito antes marcante e idealista se ressalva na cansativa e repetitiva escrita da depressão. Você fica se perguntando como se enfiou em todo esse drama inventado e, mesmo ao perceber o caráter não intencional da situação, você se auto mutila com culpa e arrependimento. Deixa estresse e vícios tomarem conta e o fardo de se mover é inerente - regredir parece mais fácil. Está insuportável e se deixa minar por negativismo, mesmo que, por dentro, tenha aproveitado o pouco que seja da intensidade dessa porra indefinível. Todos parecem progredir em suas vidas pessoais e você parece estar parado, sem ter para onde correr, ou se esconder. Parou.
É, você precisa de alguém ao seu lado.
Alguém que goste de você, de quem você goste.
Alguém para dividir sentimentos mútuos.
Quer esse sentimento real e intenso se aplicando em um relacionamento também real.
Quando será que esse tal alguém vai me encontrar, me atingir?
Olho para o abismo do mar e não consigo achar resposta que me satisfaça...
...ou algo que me dê segurança.
Parece que estou imerso no meio de uma gigantesca mudança, só não acho nenhuma resolução para ela.

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