What I can't possess still remains inside of me

O que eu não posso possuir continua dentro de mim - ótima frase. Talvez ótima para descrever isso tudo, esse sentimento que se tornou um misto de arrependimento, dúvida e confusão (porque dúvida e confusão são diferentes; enquanto dúvida é a falta de decisão, confusão é um emaranhado de sentimentos, escolhas ou caminhos dos quais não há como organizá-los internamente). Eu, por essência, considero primeiro eu mesmo - como você vai perceber pelo empregamento direto e forte do 'eu' e de minhas opiniões pelo andamento dos textos. Isso acabou por minar as possibilidades de relacionamentos que eu tive, e acabou por fazer outros relacionamentos parelelos que não envolvem compromisso prosperarem. Eu nunca, e ainda não consigo, entender o conceito de se entregar totalmente a outra pessoa. E não me venha com clichés de romances do século XX porque não os consigo engolir igualmente. Mantenho meus pés no chão em qualquer circunstância.
Confesso que essa posição me fez deixar pessoas que fizeram muito bem a mim e contribuiram muito para o que eu sou hoje e como eu me desenvolvi, tanto emocionalmente quanto intelectualmente. Pessoas que me fizeram sentir bem e mudaram o meu engessado redoma onde eu encimentei tudo que era pessoal e dali não queria expôr para ninguém mais. Mudaram para uma estrutura mais frágil, o que, ao invés de me fazer mais frágil, me fortificou. Me fortificou pois ao você expôr o que você sente para alguém que confia [e mais importantemente, a alguém que entende algo de ti], pode te ajudar enormemente e até te fazer amadurecer. O egocentrismo não é uma qualidade (apesar de ter seus benesses) e te faz um cabeça dura lamentável. Aprendi isso mas ainda não aprendi muito disso (afinal, sou muito novo para compreender bem qualquer coisa), o muito seria ao ponto de amadurecer. Sinto que estou nessa transição que me deixa com uma identidade ambígua, ambiguidade essa que, junto com o egocentrismo que me pertence, me faz extremamente inseguro e incerto sobre tudo que me permeia e me invade - uso o termo de invasão pois, quando me sinto íntimo de alguém, me sinto terrivelmente invadido.
Tive uns poucos relacionamentos sérios e os que tive foram pequenos mas tais faixas pequenas de tempo foram as que mais influenciaram o que viria a seguir. Um relacionamento eu era muito novo e estava muito abruptamente rompido por tudo o que vinha de novo pela minha frente, aquele momento de transição em que tudo é movido por curiosidade, impulso e esfervescência. Esse relacionamento a qual me refiro foi um dos mais fortes pelo qual passei e foi num momento de total transformação. Até hoje lembro de meus momentos dentro desse relacionamento com bastante carinho, porque foi realmente algo bonito. Às vezes me pergunto porque não continuei e não entendo de modo algum como fui terminar algo tão promissor; às vezes entendo perfeitamente o porquê do término. Mas esse faz um bom tempo. Não me sinto mais preso a ele, assim como não me sinto preso a nenhum relacionamento - nem nunca me senti, ao menos não admiti. Mas confesso estar com resquícios de relações que tiveram profundo impacto no meu inverno e até hoje me deixam pensativo todas as manhãs entre um cigarro, uma música, e um copo de café.

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