swimming the same deep water as you is hard

Raramente transpareço, mas nutro enorme preocupação com quem me relaciono, seja qual for a relação. Me sinto muito mal quando percebo que errei com alguém, quando deixei a película que envolve minha bolha pessoal atingir outra pessoa. Porém o que mais me aflinge atinge única e exclusivamente à mim: é a sensação (crescente e consistente) de que sempre estou distante das pessoas ao meu redor; como se nunca houvesse me sentido realmente próximo a uma pessoa. E sempre, nem que seja apenas uma parcela, a culpa é minha. O problema é que eu nunca consigo realmente me entregar para alguém, ou para relacionamentos, e acho tal ação inconcebível e em certo ponto impossível de se executar - no meu caso. Veja bem, não estou requerindo em nenhum nível a atenção das pessoas, até porque atenção de pessoas que me importam eu tenho. Muito menos acho que preciso de mais atenção ou de mais pessoas ao meu redor. O que eu realmente preciso é um ajuste pessoal que bom, como o próprio pessoal implica, eu tenho que realizar - e há bastante tempo. Adiei tal ajuste quando ele era inegavelmente inadiável e prolonguei alguns erros e confusões quais não deveria ter prolongado. Hoje entendo o porquê disso e o porquê de eu ainda estar cometendo tal atraso, e, apesar de pretender fazê-lo, não consigo imaginar exatamente o que tal é. O que sei é que ele é necessário e se não ocorrer vai desembocar em um terrível erro talvez maior do que os já cometidos, mas não há razão para pensar tanto nisso.
Distância; abismo; se sentir longe - em um sentido figurativo. Em meus relacionamentos afetivos essa palavra nunca me ocorreu em tom absurdamente forte, mas ela vem ocorrendo significantemente nos últimos meses em amizades, longas ou curtas. Sempre que estou em um grupo de amigos grande percebo o quão emocionalmente eu sou afastado deles e observador que sou, detecto ações entre alguns deles que não realizo com muita frequencia. Minha capacidade de real (observação: forte; verdadeira) aproximação é restrita e pequena, mas ainda assim maior que minha capacidade de demonstrar sentimentos no cotidiano - não que eu queira aparentar frágil à todo momento e em todas as situações. Mas isso não significa, de modo algum, que eu não queira se aproximar - e também não significa que eu não me sinta mal por não conseguir isso. A maioria das pessoas que me conhece além de algumas conversas quebradas vai provavelmente dizer que eu sou seco, egocêntrico e até frio. Pode ser, em algumas camadas, verdade, mas não é um fato consumado. Estava melhorando quanto à certos pontos de minha introversão pessoal, mas regredi bastante... é que a fragilidade me assustou. Por enquanto transfiro meu potencial pessoal para a escrita, que é minha maior terapia, e está sendo há algum tempo - e vai continuar provavelmente por muito tempo como sendo meu principal meio de exposição pessoal.

Citação: The Cure - The Same Deep Water as You

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