segunda azul

Estou em uma aula insuportável (presidiada por um professor homofóbico e racista) sem dormir há 36 horas e parece que tudo está chegando em minha mente de uma vez só. Na verdade, sinto que muito muda após se passar uma noite em claro. Não sei, a percepção geral sobre as pessoas ou coisas difere do normal - talvez em parte por causa da desregulada noção de tempo, que consequentemente retarda todas as outras noções cognitivas; talvez por causa da ressaca. E, além disso, estamos ainda refletindo o resto das reflexões que sempre aparecem e se desenvolvem de modo muito intenso durante as madrugadas - ao menos eu me sinto mais livre para pensar, observar, escrever, conversar... e falo isso sem nenhum proselitismo hippie ou algo do gênero. E na madrugada é também geralmente frio, o que só faz das coisas ainda melhores para o meu lado, que sou confesso amante de baixas temperaturas.
Lembro de hoje pela madrugada deitar na calçada e observar as estrelas (sob um céu sem nuvens, ou seja, estrelado) ao lado de uma nova - porém já incrivelmente próxima - amiga. Discutimos essa coisa do culto à natureza e argumentamos que não há sentido em tanto estresse e reclamações com vistas como essa que eu e minha amiga estávamos tendo; ou quando se pensa na sobreposição de nosso minúsculo tamanho em galáxias de oportunidades. Não que isso seja algo determinante para achar a raíz da solução de cada problema nosso, mas quando mais você percebe que descobertas não são delimitadas... menos você se importa com a solução de problemas, e sim com a criação de novas perguntas - veja bem, perguntas.

escrito dentro de uma sala de aula,
em uma ensolarada segunda-feira, de céu azul e aberto.
Citação: New Order - Blue Monday

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