just what it means to me

Eu chego. Você está sentado, antes me observa atentamente, sorri e corre ao meu encontro. Conversamos e trocamos olhares enquanto o som do mar se confunde com nossas vozes. Você diz o quanto adora olhar para o mar e o quanto adora dividir isso com alguém, como estava fazendo no momento. Não consigo resistir aos seus olhos e ficamos juntos enquanto a música toca, completando mais um momento agradável em companhia sua.
Você sempre teve esse jeito agradável que aspira liberdade e observa tudo atentamente enquanto parece não se incomodar com nada. A rotina dos filmes e do vinho branco nunca foi sinônimo de (realmente) uma rotina, já que rotinas acabam desgastando e estressando. Isso porque sempre tivemos assunto, sempre tivemos algo muito forte que nunca se transcreveu em compromisso - o único compromisso que tínhamos era o de não levar tudo para o lado do namoro, já que isso só ia minar nossas noites para algo forçado. E você também sempre transmitiu essa incrível leveza. Mas hoje relembro o que aconteceu e vejo que de nenhum modo seria assim, forçado. Entendíamos as necessidades e angústias um do outro, e sempre criticávamos o caráter dominante e de propriedade que alguns relacionamentos acabavam, inexoravelmente, adquirindo.
Somos bastante parecidos, na verdade. Mas isso não era o que nos mantinha juntos, e sim uma série de motivos - talvez fosse um deles, mas nunca o principal. Sinto falta sua e você minha, mas talvez não seja possível reatar algo que terminou de um modo que nem eu nem você imaginavam que iria terminar - por uma briga, que expôs palavras desnecessárias e que nunca achávamos que iríamos trocar.
Você me entendeu perfeitamente. O deslize não foi de nenhum dos dois, foi algo que aconteceu por um fator que não tinha correção alguma. Você deve ter ficado bravo comigo, e talvez até com você mesmo por não conseguir reverter a situação (eu, ao menos, fiquei comigo mesmo, e muito), mas não havia nada a ser feito. Nunca teria a coragem de terminar isso, porque me fez tão bem e dividi muitos momentos que estão entre os melhores que já dividi com alguém - e isso nunca nada poderá apagar, nem conseguirei esquecer. Não queria, na verdade. Nem você.
Essa coisa de nunca colocarmos amarras no outro funcionou muito bem, porque ambos queriam, de verdade, isso. Mas o sentimento que foi criado durante nossa convivência foi forte e talvez demais para você levar com tal risco, o risco de os cenários mudarem e não haver mais como mantermos isso. E, infelizmente, o risco se provou verdadeiro e se transformou na gelada realidade.
Não foi fantasia, em nenhum momento, ou armação. Foi tudo tão verdadeiro e parecia que sempre respondíamos a pergunta do outro. O que eu procurava no momento, achei sob medida com você. É quase difícil de acreditar, e às vezes me vem a incógnita de se fui eu que deixei passar isso que nós tínhamos, como já tinha feito anteriormente em relacionamentos que tinham muito mais demandas e frustrações. Mas, continuando com nosso velho compromisso... 'não há com o que se preocupar, charming man'.

Citação: 8stops7 - Question Everything

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