empty bottles, spent cigarettes

Ele sentia que estava trocando algo que queria por algo que não se importava, mas ainda não tinha conhecimento disso. Sabia que não estava gostando daquilo, e sabia que estava interessado em outra coisa, mas na verdade tinha medo de saber um pouco mais e acabar tendo que romper a tênue película que envolve as aparências. Ele se sentia meio rodeado, sufocado, e, mesmo com diversas vontades, preferiu inconscientemente a retração, que no fim não lhe deu nenhum benesse, mesmo tentando forçar seus sentidos à fingirem que fora agradável. Ele ainda não sabia, mas, isso acaba sendo uma questão de tempo, porque, bom, aparências falsas não se carregam pela vida inteira, certo? Ao menos alguma hora você admite para alguém, e, querendo ou não, as aparências acabam afundando enquanto as verdades, agora podres, chegam na superfície.
Ele saiu daquele ambiente, que estava quente naquela noite amena de começo de outono. Acendera um cigarro, andando rapidamente em direção à saída da praia. O vento batia rasteiro naquele espaço, enquanto algumas pessoas estavam aglomeradas dormindo, com diversos copos as rodeando. A baía estava calma, a maré, baixa. Outro cigarro, mesmo se sentindo um pouco asfixiado. De qualquer forma sabia que a asfixia não provinha tanto do fumo quanto provinha de uma sensação que não conseguia se livrar... porque não tinha conhecimento do seu real motivo, não admitia seu real motivo.

Citação: Death Cab for Cutie - Photobooth

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