Suponho que todos passem por esses momentos, essas fases meio extensas de melancolia. Mas acredito que elas administram de modos diferentes. Algumas escolhem se distrair com outras pessoas, ou com substâncias químicas, ou apenas evitam pensar no assunto - até porque a maioria das pessoas se recusa a pensar muito em qualquer coisa, acho. Outras ficam se remoendo até quando o problema é pequeno, e por tanta insistência transformam qualquer momento triste que seja em um dramalhão. Aí tem aquelas que não escolhem nada, apenas seguem. Seguem no nada, seguem com falta de estímulo, com pouca pulsação, com baixa produtividade, seguem basicamente numa rotina inanimada e incolor. A vontade de retornar a antigos lapsos de estima é grande, mas não há muito para ser feito, ao menos nessa percepção. O ceticismo aumenta com rapidez; tudo parece meio forçado, falso ou sem sentido. As pessoas, principalmente. Os atos que realizam, as palavras que saem de suas bocas, suas ações e reações. O tempo não rende muito, e ele passa rápido mas tão pouco parece ter acontecido que sua noção fica meio distorcida - meio como tempo perdido. Nem a expectativa anima muito, até porque não há muito por se esperar, não no curto prazo.
Enquanto esse nada (ou seja lá como posso chamar esse estado de espírito) se perpetua na rotina e se torna um pouco mais chato a cada dia, tenho uma vontade que infelizmente não poderá se concretizar por algum tempo. Queria um lugar muito distante. Ninguém lá, apenas um frio cortante, o barulho do vento atacando árvores, alguns livros, álcool, música. Não que eu esteja odiando todos e todas, mas é só uma vontade que venho tendo por um bom tempo já. Eu gosto de ficar sozinho, já falei isso inúmeras vezes aqui. Como não venho tendo sucesso em administrar internamente os outros, prefiro me isolar. É até melhor, ando sorrindo mais sozinho do que em companhia dos outros - e não por culpa deles, e estritamente minha. Tenho plena consciência disso.
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