Essa sucessão de ótimos momentos ao seu lado me dá uma inexorável e brutal certeza. Os ótimos momentos que parecem só ser mais e mais valorizados e aproveitados me deixa até com um certo medo do meu estado após sua partida, que cada dia fica mais próxima. É complicado transcrever isso em palavras, até porque nenhuma delas são necessárias para fazer um momento incrível ao seu lado, porém sei que as palavras vão vir depois como terapia - como de costume.
Não faço o estilo utópico, mantenho-me o máximo possível com os pés no chão. Porém, parafraseando alguém, tenho a mania do extremismo em questões internas, mesmo que eu me exponha inacessível. Há algo de errado nisso, e acaba sendo uma maneira inconsciente de equilibrar e eqüivaler minha frieza e minha capacidade de ser sentimental. Tento mudar essa situação, mas, querendo ou não, é uma característica da minha personalidade. Ando pensando demais em uma pessoa, ao ponto de esquecer as novas que apareceram, porém, como não sou do tipo de dramatizar, apenas tentarei passar o tempo que conseguir ao lado dela antes de sua partida. Novas pessoas aparecem o tempo todo - a própria pessoa em questão foi um relacionamento após outro que estava indo para um caminho errado.
Adoro estar com alguém. Ao lado de alguém, dividindo momentos, carícias e conversas, porém não gosto do compromisso. Gosto do sentimento. Não vejo sentido em desgastar algo que é tão gostoso com amarras que só servem para status, ou por insegurança. Não estou com alguém para ela ser minha seguradora, estou com alguém por gostar de ficar ao lado dela. É simples assim - na verdade, é muito simples. O que é complicado é o adeus, que está chegando, numa irreversível contagem regressiva - irreversível, não mortal.
No fim, é tudo muito cíclico; se perpetua em estágios. Em dado momento você quer ter uma pessoa para si. Em outro, várias. Em alguns (relativamente raros), ninguém, apenas ficar sozinho. É natural, e é certo que, no meio de bilhões de pessoas, não existirá apenas uma que iremos gostar. Talvez apenas poucas que marcarão, e poucas entre todas que realmente sentiremos algo... mas, ainda assim, há muito para ser descoberto e como descobrir e conhecer é meu maior amor, não tenho medo de perder alguém. Ainda assim, eu gosto da estabilidade. Tenho relacionamentos estáveis, abertos, com mais de uma pessoa - claro que correndo o risco de perdê-la a qualquer momento (mesmo sabendo que não vou, não dessa forma, não de uma hora para outra), mas, como argumentei anteriormente, não fico com pessoas para depositar minha insegurança nelas. Estou com elas para aprender, para conhecer, para curtir, para aprender. Não para jurar, para me amarrar, para sofrer, para me acomodar para me desgastar. Não, não vou morrer, minha vida não vai parar, pelo contrário, é mais outro novo estágio. E desde quando saudades é estritamente ruim..,. ainda mais quando vem acoplada a mudança.
Citação: Death Cab for Cutie - A Movie Script Ending
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