Os relacionamentos, os gestos, os risos, as conversas, as ações, os sentimentos, as entradas no mar, os tropeços, as noites em claro, os momentos, as cobertas no chão, os livros... era tudo tão diferente. Diferente porque minha visão era outra (não completamente, mas bastante), minha percepção era outra, minhas preocupações eram outras. Pode ser exagero, pode ser uma reflexão absurda depois de outra ainda mais pela qual passei, mas no final o importante é valorizar o passado com toda a elementariedade que ele proporcionou; mais importantemente: toda vivência pela qual passamos, e a transformação pela qual sucedemos. Porque é sempre importante mudar, sempre. Ficar parado no mesmo lugar significa poucas memórias no futuro, o que significa que tal reflexão que estou fazendo agora não iria acontecer, pelo simples fato de uma abstinência de nostalgia. Foi bom, passou, foi excelente, passou; mudei e as pessoas ao meu redor mudaram - e não só no sentido de serem outras pessoas, porque mesmo as que continuaram enfrentaram uma profunda transformação.
Mas ainda assim, os resquícios do passado - e o às vezes irremediável sentimento de que houveram sérios erros que poderiam ter feito toda a diferença - podem ser perigosos, e é logo aí que não conseguimos fugir da nostalgia. O futuro se estende a nossa frente para aplicarmos tudo o que essa evolução de maturidade nos fez, de um modo ou de outro, aprender. Está aí para não repetirmos - e repetirmos também, porque sempre acabamos fazendo tal - velhos erros e errarmos mais para aprendermos mais. Mas sempre volto àquela questão terrível; a mudança levou o caminho certo?
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